Impacto do esquema 3HP na completude do tratamento de ILTB em crianças e adolescentes

Palavras-chave: Tuberculose, Tuberculose Latente, Cooperação e Adesão ao Tratamento, Criança

Resumo

O esquema 3HP (3 meses de isoniazida + rifapentina em dose semanal), incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 2020 para tratamento da infecção latente tuberculosa (ILTB), apresenta vantagens posológicas. O objetivo é avaliar o impacto do esquema 3HP na completude do tratamento contra a ILTB. Trata-se de um estudo observacional descritivo, aprovado pelo comitê de ética da instituição. Incluíram-se casos com indicação de realizar tratamento para ILTB atendidos em hospital pediátrico de referência de Santa Catarina entre junho de 2020 e março de 2024, totalizando 69. Dezenove (27,5%) receberam indicação para utilizar o esquema 3HP, dos quais 15 (78,9%) iniciaram a medicação, e 100% destes completaram o tratamento. Pacientes que utilizaram 3HP apresentaram maior completude quando comparados aos demais. Sugere-se, portanto, priorizar a prescrição do esquema 3HP como estratégia eficaz para o controle da ILTB e, consequentemente, da TB.

Biografia do Autor

Isadora Durieux Lopes Destri, Universidade Federal Santa Catarina

Acadêmica de Medicina. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

Emanuela Rocha Carvalho, Universidade Federal de Santa Catarina

Docente assistente B2 pediatria da Universidade Federal de Santa Catarina e médica infectologista pediátrica do serviço de infectologia pediátrica do Hospital Infantil Joana de Gusmão- Florianópolis -Santa Catarina. Atualmente é doutoranda no Programa de Pós Graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal de Santa Catarina (2022). Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina (2008). Médica Pediatra pelo Hospital Municipal São José de Joinville- Santa Catarina (2013). Residência Médica em Infectologia Pediátrica pelo Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (2017). Possuiu pós graduação Lato Sensu em Medicina Intensiva Pediátrica, Área de Conhecimento Saúde e Bem Estar Social pela Faculdade Redentor (2015). Possui Mestrado pelo Programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e Adolescente da UFPR com área de concentração em Infectologia Pediátrica (2019). É membro do grupo de Facilitadores de Manejo Clínico da Tuberculose na Infância e Adolescência do Programa Nacional de Controle da Tuberculose pelo Ministério da Saúde do Brasil. O qual, por meio de capacitações periódicas busca divulgar e multiplicar conhecimentos e trocar experiências que visam melhorar a assistência de crianças e adolescentes com tuberculose no país. Presta assessoria técnica para os casos de tuberculose de Crianças e Adolescentes em parceria com a Gerência em Tuberculose da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do estado de Santa Catarina. É médica referência em Genotipagem do HIV pelo Ministério da Saúde prestando consultoria em laudos de pacientes pediátricos do estado de Santa Catarina. Membro da Diretoria da Sociedade Catarinense de Pediatria. É membro do departamento científico de Infectologia Pediátrica da Sociedade Catarinense de Pediatria. Apresenta áreas de interesse em Saúde da Criança e Adolescência, Pediatria, Infectologia Pediátrica, Docência, Cooperação e Divulgação Científica, Educação Médica.

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Publicado
2025-05-09
Como Citar
1.
Destri IDL, Carvalho ER. Impacto do esquema 3HP na completude do tratamento de ILTB em crianças e adolescentes. Revista de Saúde Pública do Paraná [Internet]. 9maio2025 [citado 10maio2025];8(2):e1055. Available from: http://revista.escoladesaude.pr.gov.br/index.php/rspp/article/view/1055
Seção
Artigos originais