Perfil epidemiológico dos indivíduos com grau dois de incapacidade física nos casos novos de hanseníase, durante 10 anos, em Guarapuava-PR

Palavras-chave: Hanseníase, Epidemiologia, Pessoas com Deficiência, Prevenção de Doenças

Resumo

Contextualização: A Hanseníase é uma patologia infectocontagiosa e crônica, possui alto poder incapacitante, pode acarretar graves problemas ao portador e representa um grave problema na saúde pública no Brasil. Objetivo: Traçar o perfil dos casos novos de hanseníase, classificados com o grau 2 de incapacidade física (GIF2) no momento do diagnóstico e descrever as principais incapacidades causadas pela doença. Métodos: Estudo epidemiológico transversal. O levantamento de dados foi baseado nos prontuários, registros em livros ata nos arquivos do Ambulatório Municipal de Pneumologia e Dermatologia Sanitária de Guarapuava e no SINANNET/DATASUS. Resultados: A presença do GIF2 é mais frequente no sexo masculino, cor de pele branca, baixa escolaridade, classificação operacional multibacilar, forma clínica virchowiana, e principais incapacidades  lesões tróficas ou traumáticas em pés e garra em mãos. Conclusão: Necessidade de intensificar as ações educativas para prevenção, contribuindo para o diagnóstico precoce da doença e evitando as incapacidades físicas e psicossociais.

Biografia do Autor

Vanessa Cristina Novak, Sra, UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro-Oeste

Mestre. Docente do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Centro-Oeste-UNICENTRO, Guarapuava-Pr, Brasil.

Aline Cristina Carrasco, Sra, UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro-Oeste

Mestre. Docente do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Centro-Oeste-UNICENTRO, Guarapuava-Pr, Brasil.

Christiane Riedi Daniel, Sra, UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro-Oeste

Doutora. Docente do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Centro-Oeste-UNICENTRO, Guarapuava-Pr, Brasil.

Referências

1. Batista ES, Campos RX, Queiroz RCG, Siqueira SL, Pereira SM, Pacheco TJ, et al. Perfil sociodemográfico e clínico-epidemiológico dos pacientes diagnosticados com hanseníase em Campos dos Goytacazes, RJ. Rev Bras Clín Méd. 2011; 9(2): 101-6.
2. Ministério da Saúde, Departamento da Atenção Básica. Guia para o controle da hanseníase. Brasília (DF); 2002.
3. Wordl Health Organization. Weekly epidemiological record [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2017 [cited 2018 Jan 17]. 22 p. Available from: http://apps.who.int/iris/ bitstream/10665/255149/1/WER9217.pdf
4. Ikehara E, Nardi SMT, Ferrigno ISV, Pedro HSP, Paschoal VD. Escala Salsa e grau de Incapacidades da Organização Mundial de Saúde: avaliação da limitação de atividades e deficiência na hanseníase. Acta fisiatra. 2010; 17(4): 169–74.
5. Ministério da Saúde, DATASUS. Informação em Saúde. Epidemiológica e morbidade. Hanseníase [Internet]. 2017 [citado 2018 jan 17]. Disponível em www2.datasus.gov.br/DATASUS/index. php?area=0203&id=31032752
6. Pucci FH, Teófilo, CR, Aragão SGA, Távora LGF. A dor no paciente com hanseníase. Rev Dor. 2011; 12(1): 15-8.
7. Raposo MT, Raposo AVC, González MAS, Medeiros JLA, Nemes MIB. Avaliação de incapacidades em pessoas vivendo com hanseníase: análise do grau de incapacidade em Campina Grande, Paraíba. Cad. Saúde Coletiva. 2009;17(1): 221–33.
8. Alves CJM, Barreto J A, Fogagnolo L, Contin LA, Nassif PW. Avaliação do grau de incapacidade dos pacientes com diagnóstico de hanseníase em Serviço de Dermatologia do Estado de São Paulo. Rev Soc Bras Med Trop. 2010;43(4):460-61.
9. Sales AM, Campos DP, Hacker MA, Nery JAC, Deuppre NC, Rangel E, Euzenir, et al. Progression of leprosy disability after discharge: is multidrug therapy enough? Rev Trop Med and Int Health. 2011; 8(9): 145–53.
10. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Estimativa de população [Internet]. 2012 [citado 2018 Out 22]. Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2012/default.shtm
11. Brakel WHV, Sihombing B, Djarir H, Beise K, Kusumawardhani L, Yulihane R, et al. Disability in people affected by leprosy: the role of impairment, activity, social participation, stigma and discrimination. Citation: Glob Health Action. 2012;5:183-94.
12. Rao PSS, Darlong F, Timothy M, Kumar S, Abraham S,Kurian R. Adjusted life years for incapacity for work (DAWLYs) leprosy affected people in India. Indiano J Med Res. 2013;137(5):907-10.
13. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Hanseníase no Brasil, dados e indicadores selecionados. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2009.
14. Melão S, Blanco LFO, Mounzer N, Veronezi CCD, Simões PWDA. Perfil epidemiológico dos pacientes com hanseníase no extremo sul de Santa Catarina, no período de 2001 a 2007. Rev Soc Bras Med Trop. 2011;44(1):79-84.
15. Moreira SC, Batos CJC, Tawil L. Epidemiological situation of leprosy in Salvador from 2001 to 2009. An Bras Dermatol. 2014;89(1):107-17.
16. Hacker MA, Sales AM, Illarramendi X, Nery JA, Duppre NC, Bastos FI, et al. A profile of patients treated at a national leprosy outpatient referral clinic in Rio de Janeiro, Brazil, 1986–2007. Rev Panam Salud Publica. 2012;31(6):485–91.
17. Entezarmahdi R, Majdzadeh R, Foroushani AR, Nasehi M, Lameei A,Naieni KH. Inequality of Leprosy Disability in Iran, Clinical or Socio-Economic Inequality: an extended concentration index decomposition approach. Int J Prev Med. 2014;5(4):414–23.
18. Corrêa RGCF, Aquino DMC, Caldas AJM, Amaral DKCR, França FS, Mesquita ERRBP. Epidemiological, clinical, and operational aspects of leprosy patients assisted at a referral service in the state of Maranhão, Brazil. Rev Soc Bras de Med Trop. 2012;45(1):89-94.
19. Sarkar J, Dasgupta A, Dutt D. Incapacidade funcional entre casos novos de hanseníase, uma questão de preocupação: um estudo baseado instituição em um distrito endêmico de hanseníase no estado de Bengala Ocidental, na Índia. Indiano J Dermatol Venereol Leprol. 2012;78: 328-34.
20. Antonio JR, Soubhia RMC, Paschoal VD, Oliveira GB, Rossi NCP, Maciel MG, et al. Avaliação epidemiológica dos estados reacionais e incapacidades físicas em pacientes com hanseníase na cidade de São José do Rio Preto. ArqCiênc Saúde 2011;18(1):9-14.
21. Ribeiro Jr AF, Vieira MA, Caldeira AP. Perfil epidemiológico da hanseníase em uma cidade endêmica no Norte de Minas Gerais. Rev Bras Clin Med.2012;10(4):272-77.
22. Moschioni C, Antunes CMFA, Grossi MAF, Lambertucci JR. Risk factors for physical disability at diagnosis of 19,283 new cases of leprosy. Rev Soc Bras de Med Trop.2010;43(1):19-22.
23. Hacker MA, Duppre ND, Nery JAC, Sales AM, Sarno EN. Characteristics of leprosy diagnosed through the surveillance of contacts: a comparison with index cases in Rio de Janeiro, 1987-2010. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2012;107(1): 49-54.
24. Souza VB, Silva MRF, Silva LMS, Torres RAM, Gomes KWL, Fernandes MC et al. Perfil epidemiológico dos casos de hanseníase de um centro de saúde da família. Rev Bras Promoção Saúde. 2013;26(1):110-16.
25. Miranzi SSC, Pereira LHM, Nunes AA. Perfil epidemiológico da hanseníase em um município brasileiro, no período de 2000 a 2006. Rev Soc Bras Med Trop. 2010;43(1): 62-7.
26. Monteiro LD, Alencar CH, Barbosa JC, Novaes CCBS, Silva RCP, Heukelbach J. Pós-alta de hanseníase: limitação de atividade e participação social em área hiperendêmica do Norte do Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2014;91-104.
27. Lanza FM, Cortez DN, Gontijo LT, Rodrigues JSJ. Perfil epidemiológico da hanseníase no município de Divinópolis, Minas Gerais. Rev Enferm UFSM. 2012;2(2):365-74.
28. Monteiro LD, Alencar CHM, Barbosa JC, Braga KP, Castro MD, Heukelbach J. Incapacidades físicas em pessoas acometidas pela hanseníase no período pós-alta da poliquimioterapia em um município no Norte do Brasil. Cad Saúde Pública. 2013;29(5):909-20.
29. Imbiriba EB, Basta PC, Pereira ES, Levino A, Garnelo L. Hanseníase em populações indígenas do Amazonas, Brasil: um estudo epidemiológico nos municípios de Autazes, Eirunepé e São Gabriel da Cachoeira (2000 a 2005). Cad Saúde Pública. 2009;25(5):972-84.
30. Castro RNC, Veloso TC, Matos Filho LJS, Coelho LC, Pinto LB, Castro AMNC. Avaliação do grau de incapacidade física de pacientes com hanseníase submetidos ao Dermatology Quality Life Index em Centro de Referência e Unidades Básicas de Saúde de São Luis, MA. Rev Bras Clin Med. 2009;7:390-2.
31. Ramos JM, Martin MM, Reis F, Lemma D, Belinchón I, Gutierréz F. Gender differential on characteristic and outcome of leprosy patients admitted to a long-term care rural hospital in South-Eastern Ethiopia. Int J Equity Health. 2012;11(56):2-7.
32. Sousa MWG, Silva DC, Carneiro LR, Almino MLBF, Costa ALF. Epidemiological Profile of Leprosy in the Brazilian state of Piauí between 2003 and 2008*. An Bras Dermatol. 2012; 87(3): 389-5.
33. Pinto RA, Maia HF, Silva MAF, Marback M. Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes notificados com hanseníase em um hospital especializado em Salvador, Bahia. Rev Baiana Saúde Publica. 2010;34(4):906-18.
34. NardiI SMT, Paschoal VD, Chiaravalloti Neto F, Zanett DMT. Deficiências após a alta medicamentosa da hanseníase: prevalência e distribuição espacial. Rev Saúde Pública. 2012;46(6):969-77.
35. Ferreira SMB, Gambá EIMA. Características clínico-laboratoriais no retratamento por recidiva em hanseníase. Rev Bras Epidemiol. 2012;15(3):573-8.
36. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Diretoria de Pesquisas Coordenação de População e Indicadores Sociais: síntese de indicadores sociais, uma análise de condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE; 2010.
37. Lima HMN, Sauaia N, Costa VRL, Coelho Neto GT, Figueiredo PMS. Perfil epidemiológico dos pacientes com hanseníase atendidos em Centro de Saúde em São Luís, MA. Rev Bras Clin Med. 2010;8(4):323-7.
38. Mastrangelo G, Scoizzato L, Fadda E, Silva GV, Santos LJ, Cegolon L. Epidemiological pattern of leprosy in an endemic area of North-East Brazil, 1996-2005: the supporting role of a Nongovernmental Organization. Rev Soc Bras de Med Trop. 2009;42(6):629-32.
39. Guerrero MI, Muvdi S, León CI. Retraso em el diagnóstico de lepra como fator pronóstico de discapaci- daden una cohorte de pacientes em Colombia, 2000–2010. Rev Panam Salud Publica.2013;33(2):137–43.
40. Bhatt YC, Panse NS, Vyas KA, Patel GA, Transferência de tecido livre para úlcera trófica lepra complicando. Indiano J Plast Surg. 2009;42(1):115-7.
41. Gomes FG, Frade MAC, Foss NT. Úlceras cutâneas na hanseníase: perfil clínico-epidemiológico dos pacientes. An Bras Dermatol. 2007;82(5):433-7.
42. Souza CFD, Slaibi EB, Pereira RN, Francisco FP, Bastos MLS, Lopes MRA, et al. A importância do diagnóstico precoce da hanseníase na prevenção de incapacidade. Hansen Int. 2010;35(2):61-6.
43. Conte ECM, Magalhais LCB, Cury MRCO, Soubhia RMC, Nardi SMT, Paschoal VD, Lombardi C. Situação Epidemiológica da hanseníase no município de São José do Rio Preto, SP, Brasil. Arq Ciênc Saúde. 2009;16(4):149-54.
44. Mastrangelo G, Scoizzato L, Fadda E, Silva V, Santos LJ, Cegolon L. Epidemiological pattern of leprosy in an endemic area of North-East Brazil, 1996-2005: the supporting role of a Nongovernmental Organization. Rev Soc Bras Med Trop. 2009;42(6):629-32.
45. Tavares JP, Barros JS, Silva KCC, Barbosa E, Reis GR, Silveira JM Fisioterapia no atendimento de pacientes com hanseníase: um estudo de revisão. Rev Amazônia. 2013;1(2):37-43.
46. Jensen RGD. Hanseníase: abordagem fisioterapêutica. Rev. Olhar. 2010;1(2):332-9.
Publicado
2018-12-14
Como Citar
1.
Bim C, Wendler S, Novak V, Carrasco A, Daniel C. Perfil epidemiológico dos indivíduos com grau dois de incapacidade física nos casos novos de hanseníase, durante 10 anos, em Guarapuava-PR. Revista de Saúde Pública do Paraná [Internet]. 14dez.2018 [citado 23abr.2024];1(2):90-0. Available from: http://revista.escoladesaude.pr.gov.br/index.php/rspp/article/view/107
Seção
Artigos originais