Concordância entre Diagnósticos de Doença Renal Crônica em pessoas vivendo com HIV

Palavras-chave: Registros médicos., Insuficiência Renal Crônica, Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

Resumo

Objetivo: Analisar concordância entre diagnósticos de Doença Renal Crônica em prontuários clínicos e pelo critério da Sociedade Brasileira de Nefrologia em Pessoas vivendo com HIV. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo de concordância de diagnósticos, através de levantamento de prontuários. A população do estudo foi de 258 pessoas vivendo com HIV atendidas em um serviço de atendimento especializado localizado em um interior de São Paulo, no ano de 2017. Para cálculo da concordância foi utilizado o índice Kappa, copositividade e conegatividade. Resultados: encontramos 6,5% pacientes com Doença Renal Crônica pelo critério da Sociedade Brasileira de Nefrologia; e 5,42% pelo diagnóstico médico. O índice Kappa foi de 0,55; a copositividade de 52,9% e conegatividade de 97,9%. Conclusão: identificou-se uma concordância dos diagnósticos moderada, copositividade baixa e alta conegatividade. O que aponta uma importância de investigações precisas dos diagnósticos pautados em mais de um critério avaliativo.

Biografia do Autor

Priscila Silva Pontes, Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto

Enfermeira. Mestre. Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil

Referências

1.Tancredi MV, Waldman EA.Survival of AIDS patients in Sao Paulo-Brazil in the pre- and post-HAART eras: a cohort study. BMC Infect Dis. 2014;14:599. https://doi.org/doi: 10.1186/s12879-014-0599-8.
2.World Health Organization. “Chronic conditions: The global burden” e “Chronic disease”. 2017 [citado em 23 ago 2019]. Disponível em: http://www.who.int/chronic_condition/burden/en/index.html
3.Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infeccoes Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o Manejo da Infecção pelo HIV em adultos. 2018 [citado em 01 ago 2019]. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2013/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-manejo-da-infeccao-pelo-hiv-em-adultos.
4.Mocroft A, Lundgren JD, Ross M, Fux CA, Reiss P, Moranne O, et al. Cumulative and current exposure to potentially nephrotoxic. antiretrovirals and development of chronic kidney disease in HIV- positive individuals with a normal baseline estimated glomerular filtration rate: a prospective internacional cohort study. Lancet HIV; 2015; 3(1):23-32. http://dx.doi.org/10.1016/ S2352-3018(15)00211-8
5.Ekrikpo EU, Kengne AP, Bello AK, Effa EE, Noubiap JJ, Salako BL, et al. Chronic kidney disease in the global adult HIVinfected population: A systematic review and meta-analysis. PLoS ONE. 2018;13(4):e0195443. https://doi.org/10.1371/journal. pone.0195443
6.Ryom L, Lundgren JD, Ross M, Kirk O, Law M, Morlat P, et al. Renal impairment and cardiovascular disease in HIV-positive individuals: The D:A:D study. J Infect Dis; J Infect Dis. 2016;214(8):1212-20. http://dx.doi.org/10.1093/infdis/jiw342.
7.Kopp JB Chronic Kidney Disease in the Aging Human Immunodeficiency Virus–Infected Population. J Infect Dis. 2017; 216(6):619-621. http://dx.doi.org/10.1093/infdis/jix205.
8.Ekrikpo UE, Kengne AP, Akpan EE, Effa EE, Bello AK, Ekott JU, et al. Prevalence and correlates of chronic kidney disease (CKD) among ART-naive HIV patients in the Niger-Delta region of Nigeria. Medicine (Baltimore). 2018;97(16):e0380. http://dx.doi.org/10.1097/MD.0000000000010380.
9.Rosenberg AZ, Naicker S, Winkler CA, Kopp JB. HIV-associated nephropathies: epidemiology, pathology, mechanisms and treatment. Nat Rev Nephrol. 2015; 11(3):150-60. http://dx.doi: 10.1038/nrneph.2015.9
10.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Diretrizes Clínicas para o Cuidado ao paciente com Doença Renal Crônica- DRC no Sistema Único de Saúde. 2014 [citado em 15 ago 2019]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_clinicas_cuidado_paciente_renal.pdf.
11.Zambenedetti G, Silva RAN. Descentralização da atenção em HIV-Aids para a atenção básica: tensões e potencialidades. Physis [Internet]. 2016; 26(3): 785-806. http://dx.doi.org/10.1590/s0103-73312016000300005.
12.Cordeiro HP, Silva RA, Tavares L F, Bichara CNC. Desenvolvimento de um aplicativo para atendimento médico de pessoas que vivem com HIV/AIDS. Revista Eletrônica Acervo Saúde. 2019; 22: e139. https://doi.org/10.25248/reas.e139.201.
13.Figueiredo T, Da Silva PLN, Guimarães CF, Oliveira MKS, Alves ECS. Avaliação dos Registros de Enfermagem de Pacientes Internados na Clínica Médica de um Hospital Universitário do Norte do Estado de Minas Gerais. Rev. pesqui. cuid. fundam. (Online); 2019;11(2):390-396. http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2019.v11i2.390-396
14.Alves KY, Oliveira PT, Chiavone FB, Barbosa ML, Saraiva CO, Martins CC, et al. Identificação do paciente nos registros dos profi ssionais de saúde. Acta Paul Enferm. 2018;31(1):79-86. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201800012
15.Sociedade Brasileira de Nefrologia. Passo a passo para a implantação da estimativa da taxa de filtração glomerular (eTFG). 2.ed. [Internet]. 2015 [citado em 20 feb 2019]. Disponível em: www.sbpc.org.br/upload/conteudo/padronizacao_eTFG_4nov2015.pdf
16.Levin A, Stevens PE, Bilous RW, Coresh J, De Francisco ALM, De Jong PE, et al. Kidney disease: Improving global outcomes (KDIGO) CKD work group. KDIGO 2012 clinical practice guideline for the evaluation and management of chronic kidney disease. Kidney International Supplements. 2013; 3(1):1-150. https://doi.org/10.1038/kisup.2012.73.
17.Bastos RR. Medidas de variação inter- observador: reprodutibilidade no contexto clínico- Curso continuado de bioestatística e epidemiologia. HU revista. 2016; 30(2-3): 79-81. Disponível em: http://www.ufjf.br/hurevista/files/2016/11/extracted_72-8-PB-9.pdf
18.Landis JR, Koch GG. The Measurement of Observer Agreement for Categorical Data. International Biometric Society. 1977;33(1):159-74.
19.Alves TP, Wu P, T.Ikizler TA, Sterling TR, Stinnette SE, Rebeiro PF et a. Chronic kidney disease at presentation is not an independent risk factor for AIDS-defining events or death in HIV-infected persons. Clinical Nephrology, 2013;79(2):93-100. https://doi.org/10.5414/CN107390
20.Costa ES, Oliveira DEP, Vieira FS, Sousa GC, Moura MES. Avaliação da função renal de pacientes com vírus da imunodeficiência humana. Rev Rene. 2017; 18(2):220-6. https://doi.org/10.15253/2175-6783.2017000200011
21.Woolnough EL, Hoy JF, Cheng AC, Walker RG, Chrysostomou A, Woolley I. Predictors of chronic kidney disease and utility of risk prediction scores in HIV positive individuals. AIDS. 2018;32(13):1829-35. https://doi.org/10.1097/QAD.0000000000001901
22.Jose S, Hamzah L, Jones R, Williams D, Winston A, Burns F, et al. Chronic Kidney Disease Risk in African and Caribbean Populations With HIV. J Infect Dis. 2018; 218(11):1767-72. https://doi.org/10.1093/infdis/jiy397
23.Lopez ED, Córdova-Cázarez C, Valdez-Ortiz R, Cardona-Landeros CM, Gutiérrez-Rico MF. Fatores epidemiológicos, clínicos e laboratoriais associados à doença renal crônica em pacientes mexicanos infectados pelo HIV. J. Bras. Nefrol. 2019; 41(1): 48-54. https://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-2018-0024.
24.Kooij KW, Vogt L, Wit FWNM, Valk MV,van Zoest RA, Goorhuis A, et al. Higher Prevalence and Faster Progression of Chronic Kidney Disease in Human Immunodeficiency Virus-Infected Middle-Aged Individuals Compared With Human Immunodeficiency Virus-Uninfected Controls. J Infect Dis. 2017;216(6):622-631. https://doi.org/10.1093/infdis/jix202.
25.Mizushima D, Nguyen DTH, Nguyen DT, Matsumoto S, Tanuma J, Gatanaga H, et al. Tenofovir disoproxil fumarate co-administered with lopinavir/ritonavir is strongly associated with tubular damage and chronic kidney disease. J Infect Chemother. 2018; 24(7):549-554. https://doi.org/ 10.1016/j.jiac.2018.03.002.
26.Kirsztajn GM, Souza E, Romão Jr JE, Bastos MG, Meyer F, Andrada NC. Sociedade Brasileira de Nefrologia; Sociedade Brasileira de Urologia; Sociedade Brasileira de Pediatria; Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Doença Renal Crônica (Pré-terapia Renal Substitutiva): Diagnóstico. 2011 [citado em 06 sept 2019]. Disponível em: https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/doenca_renal_cronica_pre_terapia_renal_substitutiva_diagnostico.pdf
27.Webster AC, Nagler EV, Morton RL, Masson P. Chronic kidney disease. Lancet. 2017; 389:1238–52. https://doi.org/10.1016/ S0140-6736(16)32064-5
28.Dada SA, Olusegun OT, Ademola A, Adindu C, Olaitan RM, Oladimeji AA. A prevalência de doença renal crônica em pacientes recentemente diagnosticados com o vírus da imunodeficiência humana em llorin, Nigéria. J. Bras. Nefrol. 2015; 37(2):177-184. http://dx.doi.org/10.5935/0101-2800.20150029.
29.Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.675, de 7 de junho de 2018 [Internet]. 2018 [citado em 25 sept 2019]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2018/prt1675_08_06_2018.html
30.Sales CB, Bernardes A, Gabriel CS, Brito MFP, Moura AA, Zanetti ACB. Protocolos Operacionais Padrão na prática profissional da enfermagem: utilização, fragilidades e potencialidades. Rev. Bras. Enferm. 2018; 71(1):126-134. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0621.
Publicado
2021-08-18
Como Citar
1.
Pontes PS, Costa CRB, Melo ES, Oliveira LB, Gir E, Ruffino-Netto A, Reis RK. Concordância entre Diagnósticos de Doença Renal Crônica em pessoas vivendo com HIV. Revista de Saúde Pública do Paraná [Internet]. 18ago.2021 [citado 26abr.2024];4(2):104-1. Available from: http://revista.escoladesaude.pr.gov.br/index.php/rspp/article/view/483
Seção
Artigos originais