Infecções congênitas em um hospital público de referência em Macaé, Rio de Janeiro, no biênio 2016-2017

Palavras-chave: Indicador de Risco, Perda Auditiva, Triagem Neonatal, Política Pública, Saúde Materno-Infantil

Resumo

As infecções congênitas estão relacionadas à mortalidade fetal e neonatal e fazem parte dos Indicadores de Risco para a Deficiência Auditiva previstos na Triagem Auditiva Neonatal. O estudo objetiva descrever a proporção de infecções congênitas no Programa de Triagem Auditiva Neonatal do Hospital Público Municipal de Macaé, Rio de Janeiro. Realizou-se um estudo retrospectivo, descritivo, de base secundária, a partir dos registros de neonatos obtidos no setor de Fonoaudiologia, entre 2016 e 2017. No biênio, detectaram-se 114 neonatos com infecções congênitas, 36,0% (n=41) em 2016, e 64,0% (n=73) em 2017. Destes, 46,3% e 46,6% apresentavam sífilis congênita; 29,3% e 24,7% o vírus da imunodeficiência humana; 17,1% e 15,1% toxoplasmose, em 2016 e 2017, respectivamente. O aumento de infecção por citomegalovírus no período passou de 2016 (2,4%) para 2017 (8,2%). Conclui-se que as infecções congênitas de maior proporção foram a sífilis congênita, o vírus da imunodeficiência humana e a toxoplasmose.

Biografia do Autor

Kelly Mariana Pimentel Queiroz, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Enfermeira. Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Campus UFRJ-Macaé Professor Aloisio Teixeira, Rio de Janeiro

Hugo Demesio Maia Torquato Paredes, Mestre, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Enfermeiro. Mestre em Enfermagem. Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Campus UFRJ-Macaé Professor Aloisio Teixeira, Rio de Janeiro

Ana Carolina Souza Costa, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Bolsista de Iniciação Científica - PIBIC/UFRJ. Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Campus UFRJ-Macaé Professor Aloisio Teixeira, Rio de Janeiro

Mariana Oliveira Couto Silva, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Bolsista de Iniciação Científica - PIBIC/CNPq. Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Campus UFRJ-Macaé Professor Aloisio Teixeira, Rio de Janeiro

 

 

Fernanda Valentim Costa, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Campus UFRJ-Macaé Professor Aloisio Teixeira, Rio de Janeiro

 

Luciana Aguiar Velasco Lima, Universidade Federal do Rio Janeiro

Fonoaudióloga. Especialista em Disfagia e Desenvolvimento da Linguagem. Fundação Municipal Hospitalar de Macaé/Secretaria Municipal Adjunta de Alta e Média Complexidade de Macaé, Macaé Rio de Janeiro

 

 

Cleber Nascimento Carmo, Dr., Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fiocruz

Estatístico. Doutor em Ciências. Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca/Fiocruz, Rio de Janeiro

Jane Carlos Santana Capelli, Dra., Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutora em Ciencias pela Escola Nacional de Saúde Publica Sérgio Arouca/Fiocruz, Rio de Janeiro, Pernambuco/Brasil.

Mestre em Saúde Materno Infantil pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, Recife, Pernambuco/Brasil.

Professora Associada II do Curso de Nutricao da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Campus UFRJ-Macaé Professor Aloisio Teixeira, Macaé, Rio de Janeiro/Brasil.

Vivian Oliveira Sousa Corrêa, Dra., Universidade Federal do Rio de Janeiro

Fisioterapeuta. Doutora em Ciências Morfológicas. Curso de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Campus UFRJ-Macaé Professor Aloisio Teixeira, Rio de Janeiro

 

Referências

1. Miranda MMS, Souza LMG, Aguiar RALP, Corrêa Jr. MD, Maia MMM, Borges RS, Melo VH. Rastreamento das infecções perinatais na gravidez: realizar ou não? Femina. [Internet]. 2012 [acesso em 2021 ago 12]; 40(1):12-22. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2012/v40n1/a3075.pdf
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal. Brasília, 2012. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_triagem_auditiva_neonatal.pdf
3. Lopes MKD, Santos TMM. Comparação dos Indicadores de Risco para Surdez em Neonatos Encontrados nos Anos de 1995 e 2005. Arq. int. otorrinolaringol. 2011 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 15(1):35-40. Disponível em: https://www.scielo.br/j/aio/a/WrSbfgy9rbptdK4NG49sMJq/abstract/?lang=pt
4. Pereira DAP, Maia BP, Seto IIC, Bichara CNC. Infecção congênita em pacientes matriculados em programa de referência materno infantil. Rev. para. med. 2015 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 29(1):31-38. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-747241
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 4 v.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicas).
6. Nóbrega MD, Weckx LLM, Juliano Y. Study of the hearing loss in children and adolescents, comparing the periods of 1990-1994 and 1994-2000. Int. j. pediatr. otorhinolaryngol. 2005 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 69:829-38. doi: https://doi.org/10.1016/j.ijporl.2005.01.019
7. Arvin AM, Whitley RJ, Gutierrez KM. Herpes Simplex Virus Infections. In: Remington JS, Klein JO, Wilson CB, Baker CJ, editors. Infectious Diseases of the Fetus and Newborn Infant. 6th ed. Philadelphia: Elsevier Saunders; 2006.
8. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas e Departamento de Atenção Especializada. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 32 p.: il.
9. Huang S-N, Zhou YP, Jiang X, Yang B, Cheng H, Luo M-H. Hearing Loss Caused by HCMV Infection through Regulating the Wnt and Notch Signaling Pathways. Viruses. 2021 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 13(4):623. doi: https://doi.org/10.3390/v13040623
10. Silva AA, Bento DV, Silva LNFB. Ocorrência dos indicadores de risco para a deficiência auditiva em um centro de saúde do Rio Grande do Sul. Audiol. commun. res. 2018 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 23:e1919-e1919. doi: https://doi.org/10.1590/2317-6431-2017-1919
11. Souza BSO, Rodrigues RM, Gomes RML. Análise epidemiológica de casos notificados de sífilis. Rev. soc. bras. clin. med. 2018 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 16(2):94-8. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/09/913366/16294-98.pdf
12. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Macaé. Rio de Janeiro. Cidades [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2016 [internet]. [acesso em 2021 ago 12]. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=330240.17
13. World Health Organization (WHO). Addressing the rising prevalence of hearing loss. February 2018. [Internet]; [cited 2021 ago 16]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/260336/9789241550260-eng.pdf
14. American Academy of Pediatrics, Joint Committee on Infant Hearing. Year 2007 position statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs. Pediatrics 2007 [internet]. [cited 2021 ago 12]; 120(4):898-921. doi: https://doi.org/10.1542/peds.2007-2333
15. Assuiti LFC, Lanzoni GMM, Santos FC, Erdmann AL, Meirelles BHS. Perda auditiva em pessoas com HIV/AIDS e fatores relacionados: uma revisão integrativa. Braz. j. otorhinolaryngol. 2013 [Internet]. [acesso em 2021 ago 16]; 79(2): 248-255. doi: https://doi.org/10.5935/1808-8694.20130042
16. Rechia IC, Liberalesso KP, Angst OVM, Mahl FD, Garcia MV, Biaggio EPV. Unidade de Terapia Intensiva: resultados da Triagem Auditiva Neonatal. Braz. j. otorhinolaryngol. 2016 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 82(1): 76-81. doi: https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2015.06.004
17. Onoda RM, Azevedo MF, Santos AMN. Triagem auditiva neonatal: ocorrência de falhas, perdas auditivas e indicadores de riscos. Braz. j. otorhinolaryngol. 2011 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 77(6):775-83. doi: https://doi.org/10.1590/S1808-86942011000600015
18. Soares LG, Zarpellon B, Soares LG, Baratieri T, Lentsck MH, Mazza VA. Gestational and congenital syphilis: maternal, neonatal characteristics and outcome of cases. Rev. bras. saúde mater. infant. 2017 [Internet]. [acesso em 2021 ago 11]; 17(4):781-789. doi: https://doi.org/10.1590/1806-93042017000400010
19. Sonda EC, Richter FF, Boschetti G, Casasola MP, Kromel CF, Machado CPH. Sífilis Congênita: uma revisão da literatura. Rev Epidemiol Control Infect. 2013 [Internet]. [acesso em 2021 nov 03]; 3(1):28-30. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/0e52/5d5386e2a0a4cab23d15a2274eec99c0d261.pdf
20. Pan American Health Organization. Elimination of mother-to-child transmission of HIV and syphilis in the Americas. Washington: PAHO; 2014. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/18372/9789275118702_eng.pdf?sequence=3&isAllowed=y
21. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico da Sífilis. Brasília. 2016 [internet]. [acesso em 2021 ago 11]; 35(47). Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2016/boletim-epidemiologico-de-sifilis-2016
22. Inagaki ADM, Cardoso NP, Lopes RJPL, Alves JAB, Mesquita JRF, Araújo KCGM, et al. Análise espacial da prevalência de toxoplasmose em gestantes de Aracaju, Sergipe, Brasil. Rev. bras. ginecol. obstet. 2014 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 36(12):535-540. doi: https://doi.org/10.1590/So100-720320140005086
23. Resende LM, Andrade GMQ, Azevedo MF, Perissinoto J, Vieira ABC. Congenital toxoplasmosis: Auditory and language outcomes in early diagnosed and treated children. Sci Med. 2010 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 20(1):13-19. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/download/5927/4875/
24. Hampton MM. Congenital toxoplasmosis: a review. Neonatal Netw. 2015 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 34(5):274-8. doi: https://doi.org/10.1891/0730-0832.34.5.274
25. Tagarro A, Del Valle R, Dominguez-Rodríguez S, Baquero-Artigao F, Noguera-Julian A, Vives-Onos I, et al. Growtth patterns in children with congenital cytomegalovirus infection. Pediatr infect. dis. J. 2019 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 39(12):1230-1235. doi: https://doi.org/10.1097/INF.0000000000002483
26. Alves FS, Caixa M, Rosa MH, Santos M, Antunes L. Perfil audiométrico das crianças com diagnóstico de infecção congénita por citomegalovírus – Dados de 9 anos de consulta de surdez infantil. Rev. Port. ORL. 2018 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 56(2):61-65. doi: https://doi.org/10.34631/sporl.681
27. Vernier LS, Castelli CTR, Rothermel SS, Paniz TC, Zanini C, Levandowski DC. Triagem auditiva neonatal em hospital da rede cegonha. Rev. bras. promoç. saúde. 2019 [Internet]. [acesso em 2021 ago 16]; 32:8965. doi: https://doi.org/10.5020/18061230.2019.8965
28. World Health Organization. March of Dimes; The Partnership for Maternal Newborn and Child Health; Save the Children; World Health Organization. Born too soon: the global action report on preterm birth. Geneva: WHO; 2012. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/44864/9789241503433_eng.pdf?sequence=1
29. Pereira PKS, Martins AS, Vieira MRV, Azevedo MF. Programa de triagem auditiva neonatal: associação entre perda auditiva e fatores de risco. Pró-fono. 2007 [Internet]. [acesso em 2021 ago 12]; 19(3):267-78. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-56872007000300005
30. World Health Organization. The World Health Report 2005: Make every mother and child count. World Health Organization, 2005. Disponível em: https://www.who.int/reproductivehealth/publications/maternal_perinatal_health/9241562900/en/
Publicado
2021-12-23
Como Citar
1.
Queiroz KMP, Paredes HDMT, Costa ACS, Silva MOC, Costa FV, Lima LAV, Carmo CN, Capelli JCS, Corrêa VOS. Infecções congênitas em um hospital público de referência em Macaé, Rio de Janeiro, no biênio 2016-2017. Revista de Saúde Pública do Paraná [Internet]. 23dez.2021 [citado 23abr.2024];4(4):29-3. Available from: http://revista.escoladesaude.pr.gov.br/index.php/rspp/article/view/584
Seção
Artigos originais