Comunicação aumentativa e alternativa: ações do terapeuta ocupacional em um hospital público de ensino

Palavras-chave: Auxiliares de Comunicação para Pessoas com Deficiência, Hospitais, Terapia Ocupacional

Resumo

No contexto hospitalar, as características clínicas e/ou terapêuticas podem comprometer a comunicação verbal. A Comunicação Aumentativa e Alternativa é uma estratégia que possibilita ampliar o repertório de comunicação. Este estudo analisou o processo terapêutico ocupacional após pedidos de consulta para a implementação desse tipo de comunicação com pacientes hospitalizados. Trata-se de uma pesquisa observacional, descritiva e retrospectiva, com dados bibliográficos e documentais (pedidos de consulta e respectivos prontuários). Foram incluídos na amostra 16 pedidos de consulta e os seus prontuários correspondentes. Verificaram-se os prejuízos na comunicação verbal, principalmente pelo uso de traqueostomia (31,2%). O principal recurso prescrito pelos terapeutas ocupacionais foi a prancha de comunicação (50%). Foi constatada comunicação parcial em 37,5% dos casos e efetiva em 12,5%. A demora no envio dos pedidos de consultas durante a internação inviabilizou ações mais diretas relacionadas à comunicação, e à elaboração de registros mais adequados. A dificuldade de acesso aos prontuários foi uma limitação para este estudo.

Biografia do Autor

Priscilla Luvizotto Ferreira Silva, Universidade Federal do Paraná

Terapeuta Ocupacional. Residente do Programa de Atenção à Saúde do Adulto e do Idoso da Residência Integrada Multiprofissional em Atenção Hospitalar do Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil.

Fernanda Zelinski, Universidade Federal do Paraná

Terapeuta Ocupacional. Especialista em Desenvolvimento Infantil e Intervenção Precoce. Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná,Brasil.

Rita Aparecida Bernardi Pereira, Universidade Federal do Paraná

Terapeuta Ocupacional. Mestre em Educação. Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná. Tutora na Residência Integrada Multiprofissional em Atenção Hospitalar do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil.
E-mail: ritaabpereira@gmail.com

Referências

1. Pelosi MB, Gomes CA. Tecnologia Assistiva e Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares. In: De Carlo MMRP, Kudo AM. Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos. São Paulo: Editora Payá; 2018, p. 103-126.

2. Buheji M, Alhaddad M, Salman A, AlShuwaikh Z, Jahrami H. Hearing the Silent Voices of COVID-19 Patients on Mechanical Ventilators: The Use of Augmentative and Alternative Communication (AAC) Approach. Am. J. Med. Medical Sci. [Internet]. 2020. [acesso em dez 10]; 10(7):457-61. doi: https://doi.org/10.5923/j.ajmms.20201007.04

3. Ten Hoorn S, Elbers PW, Girbes AR, Tuinman PR. Communicating with conscious and mechanically ventilated critically ill patients: a systematic review. Crit. Care [Internet]. 19 out 2016 [acesso dez 10]; 20(1). doi: https://doi.org/10.1186/s13054-016-1483-2

4. International Society for Augmentative and Alternative Communication (ISAAC). What is communication? [Internet]. 2021. [acesso em dez 20]. Disponível em: https://isaac-online.org/english/what-is-aac/what-is-communication/

5. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Brasl). Comitê de Ajudas Técnicas. Tecnologia Assistiva [Internet]. 2021. [acesso em dez 20]. Brasília: CORDE, 2009. 138 p.

6. Rodriguez CS, Rowe M, Koeppel B, Thomas L, Troche MS, Paguio G. Development of a communication intervention to assist hospitalized suddenly speechless patients. Technol. Health Care [Internet]. 14 nov 2012 [acesso dez 10]; 20(6):519-30. doi: https://doi.org/10.3233/thc-2012-0695

7. Ministério do Trabalho e Emprego (Brasil). CBO – Classificação Brasileira de Ocupações [Internet]. 2002. [acesso em dez 15]. Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/informacoesGerais.jsf#3

8. Associação Brasileira de Terapeutas Ocupacionais (ABRATO). Lista de Procedimentos de Terapia Ocupacional – LPTO [Internet]. 2007. [acesso em dez 15]. Disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=3404

9. American Occupational Therapy Association (AOTA). Occupational Therapy Practice Framework: Domain and Process - Fourth Edition. Am. J. Occup. Ther. [Internet]. 31 ago 2020 [acesso dez 10]; 74(Supplement_2):7412410010p1. doi: https://doi.org/10.5014/ajot.2020.74s2001

10. Lakatos EM, Marconi MA. Metodologia do Trabalho Científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 5 ed. revisada e ampliada. São Paulo: Atlas; 2001. 228 p.

11. Beukelman DR, Light JC. Augmentative & Alternative Communication: Supporting Children and Adults with Complex Communication Needs. 5. ed. Baltimore: Brookes Publishing; 2020. 704 p.

12. World Health Organization (WHO). Improving access to assistive technology. [Internet]. 2018. [acesso em nov 15]. Disponível em: https://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHA71/A71_21-en.pdf

13. Thomas LA, Rodriguez CS. Prevalence of Sudden Speechlessness in Critical Care Units. Clin. Nurs. Res. [Internet]. 11 jul 2011 [acesso jan 10]; 20(4):439-47. doi: https://doi.org/10.1177/1054773811415259

14. Rodriguez CS, Blischak DM. Communication needs of nonspeaking hospitalized postoperative patients with head and neck cancer. Appl. Nurs. Res. [Internet]. Maio 2010 [acesso em dez 22]; 23(2):110-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.apnr.2008.04.001

15. Altschuler T, Santiago R, Gormley J. Ensuring communication access for all during the COVID-19 pandemic and beyond: supporting patients, providers, and caregivers in hospitals. Augment. Altern. Commun. [Internet]. 2 ago 2021 [acesso jan 23]:1-13. doi: https://doi.org/10.1080/07434618.2021.1956584

16. World Cancer Research Fund International (WCRF). Worldwide cancer data. [Internet]. 2022. [acesso em fev 23]. Disponível em: https://www.wcrf.org/dietandcancer/worldwide-cancer-data/

17. Appelros P, Stegmayr B, Terént A. Sex Differences in Stroke Epidemiology. Stroke [Internet]. Abr 2009 [acesso em jan 23]; 40(4):1082-90. doi: https://doi.org/10.1161/strokeaha.108.540781

18. Happ MB, Garrett K, Thomas DD, Tate J, George E, Houze M, Radtke J, Sereika S. Nurse-Patient Communication Interactions in the Intensive Care Unit. Am. J. Crit. Care. [Internet]. 28 fev 2011 [acesso em nov 20]; 20(2):e28-e40. doi: https://doi.org/10.4037/ajcc2011433

19. Ju XX, Yang J, Liu XX. A systematic review on voiceless patients’ willingness to adopt high-technology augmentative and alternative communication in intensive care units. Intensive Crit. Care Nurs. [Internet]. Nov 2020 [acesso em dez 23]:102948. doi: https://doi.org/10.1016/j.iccn.2020.102948

20. Happ, M. B., Seaman, J. B., Nilsen, M. L., Sciulli, A., Tate, J. A., Saul, M., & Barnato, A. E. (2015). The number of mechanically ventilated ICU patients meeting communication criteria. Heart Lung, 44(1), 45–49. https://doi.org/10.1016/j.hrtlng.2014.08.010

21. Bernardo LD. Revisão integrativa sobre o engajamento em ocupações de idosos com Alzheimer. REVISBRATO [Internet]. 31 jul 2017 [acesso em jan 23];1(3):386-405. doi: https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto5484

22. Coelho PS, Valle KD, Carmo GP, Santos TR, Nascimento JS, Pelosi MB. Sistematização dos procedimentos para a implementação da comunicação alternativa e ampliada em uma UTI geral. Cad. Bras. Ter. Ocup. [Internet]. 2020 [acesso jan 20]; 28(3):829-54. doi: https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoAO1930

23. Pelosi MB, Nascimento JS. Uso de Recursos de Comunicação Alternativa para internação hospitalar: percepção de pacientes e de terapeutas ocupacionais. Cad. Bras. Ter. Ocup. [Internet]. 2018 [acesso em nov 24]; 26(1):53-61. doi: https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoao1157

24. Freeman-Sanderson A, Rose L, Brodsky MB. Coronavirus disease 2019 (COVID-19) cuts ties with patients' outside world. Aust. Crit. Care. [Internet]. Set 2020 [acesso jan 20]; 33(5):397-8. doi: https://doi.org/10.1016/j.aucc.2020.08.001

25. Cesa CC, Mota HB. Comunicação aumentativa e alternativa: panorama dos periódicos brasileiros. Revista CEFAC [Internet]. Fev 2015 [acesso em dez 10]; 17(1):264-9. doi: https://doi.org/10.1590/1982-021620150114

26. Pandian V, Morris LL, Brodsky MB, Lynch J, Walsh B, Rushton C et al. Critical Care Guidance for Tracheostomy Care During the COVID-19 Pandemic: A Global, Multidisciplinary Approach. Am. J. Crit. Care. [Internet]. 1 nov 2020 [acesso em nov 20]; 29(6):e116-e127. doi: https://doi.org/10.4037/ajcc2020561

27. Karlsen MM, Ølnes MA, Heyn LG. Communication with patients in intensive care units: a scoping review. Nurs. Crit. Care [Internet]. 1 ago 2018 [acesso em jan 15]; 24(3):115-31. doi: https://doi.org/10.1111/nicc.12377

28. World Health Organization (WHO). Assistive devices and technologies. [Internet]. 2020. [acesso em jan 23]. Disponível em: https://www.who.int/disabilities/technology/en/

29. Weinreich M, Herman J, Dickason S, Mayo H. Occupational Therapy in the Intensive Care Unit: A Systematic Review. Occup. Ther. Health Care [Internet]. 3 jul 2017 [acesso em jan 15]; 31(3):205-13. doi: https://doi.org/10.1080/07380577.2017.1340690

30. Costigan FA, Duffett M, Harris JE, Baptiste S, Kho ME. Occupational Therapy in the ICU. Crit. Care Med. [Internet]. Dez 2019 [acesso em jan 15]; 47(12):e1014-e1021. doi: https://doi.org/10.1097/ccm.0000000000003999
Publicado
2022-08-02
Como Citar
1.
Silva PLF, Zelinski F, Pereira RAB. Comunicação aumentativa e alternativa: ações do terapeuta ocupacional em um hospital público de ensino. Revista de Saúde Pública do Paraná [Internet]. 2ago.2022 [citado 23nov.2024];5(3):1-2. Available from: http://revista.escoladesaude.pr.gov.br/index.php/rspp/article/view/652
Seção
Artigos originais