Gravidade respiratória e fatores sociodemográficos associados ao desfecho clínico de pacientes com COVID-19 no Ceará

Palavras-chave: Oxigenoterapia, Avaliação de Sintomas, COVID-19, Avaliação de Resultados em Cuidados de Saúde

Resumo

A COVID-19 causa complicações pulmonares importantes, oferecendo risco à vida. Objetivou-se compreender como a gravidade respiratória e os fatores sociodemográficos interferem no desfecho clínico de pacientes com COVID-19. Pesquisa descritiva, transversal, de abordagem quantitativa, realizada em hospital de referência em Fortaleza-Ceará, Brasil. Os dados foram coletados de novembro/2020 a setembro/2021, totalizando 470 pacientes com testagem positiva, sendo analisados pelo programa Microsoft Office Excel 2019. Quanto ao gênero, 56,8% eram do sexo masculino, com média de idade de 57,32 anos e 67,1% dos pacientes que evoluíram com alta hospitalar não apresentaram suporte de oxigênio à internação. Indivíduos residentes em regiões com Índice de Desenvolvimento Humano muito baixo foram mais suscetíveis à contaminação e maior mortalidade (46,1%), e as doenças crônicas degenerativas foram preditivas de letalidade. Os perfis sociodemográfico e clínico influenciaram os aspectos fisiopatológicos de desenvolvimento da doença e a evolução preditiva relacionada à permanência hospitalar e ao desfecho.

Biografia do Autor

Maria Iara Socorro Martins, Escola de Saúde Pública do Ceará

Fisioterapeuta. Mestre em Saúde Pública. Escola de Saúde Pública do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil

André Ribeiro Castro Júnior, Escola de Saúde Pública do Ceará

Enfermeiro. Mestre em Cuidados Clínicos em Saúde. Escola de Saúde Pública do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.

Daniel Germano Alcântara, Escola de Saúde Pública do Ceará

Fisioterapeuta. Especialista em Saúde da Família. Escola de Saúde Pública do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.

Marcos Augusto Paula Santos, Escola de Saúde Pública do Ceará

Enfermeiro. Especialista em Oncologia e Onco-Hematologia.  Escola de Saúde Pública do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.

Leidy Dayane Paiva Abreu, Escola de Saúde Pública do Ceará

Enfermeira. Doutora em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde. Escola de Saúde Pública do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.

Francisco Jadson Franco Moreira, Escola de Saúde Pública do Ceará

Psicólogo. Mestre em Educação Profissional em Saúde. Escola de Saúde Pública do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.

Referências

1. Marinelli NP, Albuquerque LPA, Sousa IDB, Batista FMA, Mascarenhas MDM, Rodrigues MTP. Evolução de indicadores e capacidade de atendimento no início da epidemia de COVID-19 no Nordeste do Brasil, 2020. Epidemiol. Serv. Saude. 2020 [acesso em 2021 out 07]; 29(3):e2020226. doi: https://www.doi.org/10.5123/S1679-49742020000300008
2. Maciel JAC, Castro-Silva IL, Farias MR. Análise inicial da correlação espacial entre a incidência de COVID-19 e o desenvolvimento humano nos municípios do estado do Ceará no Brasil. Rev. bras. epidemiol. 2020 jun [acesso em 2021 out 08]; 23: e200057. doi: https://www.doi.org/10.1590/1980-549720200057
3. Lisboa CS, Almeida LMR, Santos PS, Santana JM. Evolução temporal da pandemia do COVID-19 e letalidade em profissionais de saúde no Brasil. SaudColetiv (Barueri) [Internet]. 2021 maio [acesso em 2021 out 10]; 11(64): 5758-71. doi: https://doi.org/10.36489/saudecoletiva.2021v11i64p5758-5771
4. Sanhueza-Sanzana C, Aguiar IWO, Almeida RLF, Kendall C, Mendes A, Kerr LRFS. Desigualdades sociais associadas com a letalidade por COVID-19 na cidade de Fortaleza, Ceará, 2020. Epidemiol. Serv. Saúde. 2021 ago [acesso em 2021 out 07]; 30 (3):e2020743. doi: https://www.doi.org/10.1590/S1679-49742021000300022
5. Secretaria Executiva de Vigilância e Regulação em Saúde (Ceará). Doença pelo novo coronavírus (COVID-19). Boletim Epidemiológico. n. 30. p 1-38. Governo do Estado do Ceará – Secretaria de Saúde. Setembro, 2021. [acesso em 2021 out 15] Disponível em: https://coronavirus.ceara.gov.br/project/boletim-epidemiologico-no-30-de-16-de-setembro-de-2021/
6. Rebouças ERN, Costa RF, Miranda RL, Campos NG. Perfil demográfico e clínico de pacientes com diagnóstico de COVID-19 em um hospital público de referência na cidade de Fortaleza-Ceará. J. Health Biol Sci. 2020 [acesso em 2021 out 11];8(1):1-5. doi: http://dx.doi.org/10.12662/2317-3076jhbs.v8i1.3438.p1-5.2020
7. Fernandes FA, Alves HJ P, Fernandes TJ, Muniz JA. Panorama da fase inicial do crescimento dos números de casos e óbitos causados pela Covid-19 no Brasil. RSD [Internet]. 2020 Sep [acesso em 2021 out 09]; 9(10):e1539108560. doi: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8560
8. Marqueze LF, Freire EA. Influência da COVID-19 sobre células pulmonares. In: LAB, Liga Acadêmica de Bioquímica. SARS-CoV-2: compreensões gerais. Cajazeiras – PB: IDEIA – Inst. De Desen. Educ. Interd. e Aprendizagem; 2021. [acesso em 2021 out 07] Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/352656284_Sars_Cov_2_Compreensoes_gerais
9. Graça NP, Viscont NRGR, Santos MIV, Capone D, Cardoso AP, Mello FCQ. COVID-19: Seguimento após a alta hospitalar. Pulmão RJ. 2020 [acesso em 2021 out 11];29(1):32-36. Disponível em: http://www.sopterj.com.br/wp-content/themes/_sopterj_redesign_2017/_revista/2020/artigo-6-COVID-19%20Seguimento%20ap%C3%B3s%20a%20alta%20hospitalar.pdf
10. Lima, CMAO. Informações sobre o novo coronavírus (COVID-19). Radiol Bras. 2020 mar-abr[acesso em 2021 out 12]; 53(2):32-36. doi: https://doi.org/10.1590/0100-3984.2020.53.2e1
11. Lima FET, Albuquerque NLS, Florencio SSG, Fontenele MGM, Queiroz APO, Lima GA et al. Intervalo de tempo decorrido entre o início dos sintomas e a realização do exame para COVID-19 nas capitais brasileiras, agosto de 2020. Epidemiol. Serv. Saúde. 2020 dez[acesso em 2021 out 08]; 30(1): e2020788. doi: http://dx.doi.org/10.1590/s1679-4974202100010002.
12. Orellana JDY, Cunha GM, Marrero L, Moreira RI, Leite IC, Horta BL. Excesso de mortes durante a pandemia de COVID-19: subnotificação e desigualdades regionais no Brasil. Cad. Saúde Pública. 2021[acesso em 2021 out 08]; 36(1):e00259120. doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00259120
13. Zeng F, Dai C, Cai P, Wang J, Xu L, Li J et al. A comparison study of SARS‐CoV‐2 IgG antibody between male and female COVID‐19 patients: a possible reason underlying different outcome between sex. J Med Virol. 2020[acesso em 2021 out 12];92 (10):2050–2054. doi: https://www.doi.org/10.1002/jmv.25989
14. Sama IE, Voors AA. Men more vulnerable to COVID-19: explained by ACE2 on the X chromosome?. Eur Heart J. 2020 Aug [acesso em 2021 out 08]; 41(32): 3096. doi: https://doi.org/10.1093/eurheartj/ehaa526
15. Escobar AL, Rodriguez TDM, Monteiro JC. Letalidade e características dos óbitos por COVID-19 em Rondônia: estudo observacional. Epidemiol. Serv. Saúde. 2020[acesso em 2021 out 07]; 30 (1):e2020763. doi: https://doi.org/10.1590/S1679-49742021000100019
16. Batista A, Antunes B, Faveret G, Peres I, Marchesi J, Cunha JP et al. Análise socioeconômica da taxa de letalidade da COVID-19 no Brasil. Nucleo de Operações e Inteligencia em Saúde (NOIS); 2020[acesso em 2021 out 12].p. 1-12. Disponível em: https://ponte.org/wp-content/uploads/2020/05/NT11-An%C3%A1lise-descritiva-dos-casos-de-COVID-19.pdf
17. Santos LG, Baggio JAO, Leal TC, Costa FA, Fernandes TAMO, Silva RV et al. Prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus em Indivíduos com COVID-19: Um Estudo Retrospectivo de Óbitos em Pernambuco, Brasil. Arq. Bras. Cardiol. 2021[acesso em 2021 out 07]; 117 (2): 416-422. doi: https://www.doi.org/10.36660/abc.20200885
18. Richardson S, Hirsch JS, Narasimhan M, Crawford JM, McGinn T, Davidson KW et al. Presenting characteristics, comorbidities, and outcomes among 5700 patients hospitalized with COVID-19 in the New York City area. JAMA. 2020[acesso em 2021 out 12]; 323(20):2052-2059. doi:https://www.doi.org/10.1001/jama.2020.6775
19. Brandão SCS, Godoi ETAM, Ramos JOX, Melo LMMP, Sarinho ESC. COVID-19 grave: entenda o papel da imunidade, do endotélio e da coagulação na prática clínica. J. Vasc. Bras. 2020[acesso em 2021 out 15]; 19: e20200131. doi: https://doi.org/10.1590/1677-5449.200131
20. Iser BPM, Silva I, Raymundo VT, Poleto MB, Schuelter-Trevisol F, Bobinski F. Definição de caso suspeito da COVID-19: uma revisão narrativa dos sinais e sintomas mais frequentes entre os casos confirmados. Epidemiol. Serv. Saúde. 2020[acesso em 2021 out 12]; 29 (3):e2019354. doi: https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000300018
21. Guimarães F. Atuação do fisioterapeuta em unidades de terapia intensiva no contexto da pandemia de COVID-19. Fisioter. Mov. 2020[acesso em 2021 out 15]; 33: e0033001. doi: https://doi.org/10.1590/1980-5918.033.ED01
22. Silva VZM, Neves LMT, Forgiarini Júnior LA. Recomendações para a utilização de oxigênio suplementar (oxigenoterapia) em pacientes com COVID-19. ASSOBRAFIR Ciência. 2020 Ago[acesso em 2021 out 09];11(Supl 1):87-91. doi: http://dx.doi.org/10.47066/2177-9333.AC20.covid19.008
23. Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte. Protocolo de Tratamento do Novo Coronavírus (Casos suspeitos/confirmados). Rio Grande do Norte; 2021[acesso em 2021 out 09]. Disponível em: http://www.adcon.rn.gov.br/ACERVO/sesap/DOC/DOC000000000252277.PDF
24. Campos NG, Costa RF. Alterações pulmonares causadas pelo novo coronavírus (COVID-19) e o uso da ventilação mecânica invasiva. J. Health Biol Sci. 2020[acesso em 2021 out 13]; 8 (1): 1-3. doi: http://dx.doi.org/10.12662/2317-3076jhbs.v8i1.3185.p1-3.2020
25. Fernandes TP, Abreu CM, Rocha JO, Bianchetti LO, Sales LA, Alves MQ et al. Infecções secundárias em pacientes internados por COVID-19: consequências e particularidades associadas. REAC [Internet]. 2021 ago[acesso em 2021 out 12]; 34: e8687. doi: https://doi.org/10.25248/REAC.e8687.2021
26. Santos PSA, Mateus SRM, Silva MFO, Figueiredo PTS, Campolino RG. Perfil epidemiológico da mortalidade de pacientes internados por Covid-19 na unidade de terapia intensiva de um hospital universitário. Braz. J. of Develop. 2021[acesso em 2021 out 15]; 7(5): 45981-45992. doi: https://www.doi.org/10.34117/bjdv7n5-155
27. Santos HLPC, Maciel FBM, Santos Júnior GM, Martins PC, Prado NMBL. Gastos públicos com internações hospitalares para tratamento da covid-19 no Brasil em 2020. Rev Saude Publica. 2021[acesso em 2021 out 12];55:52. doi: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055003666
Publicado
2022-08-22
Como Citar
1.
Martins MIS, Castro Júnior AR, Alcântara DG, Santos MAP, Abreu LDP, Moreira FJF. Gravidade respiratória e fatores sociodemográficos associados ao desfecho clínico de pacientes com COVID-19 no Ceará. Revista de Saúde Pública do Paraná [Internet]. 22ago.2022 [citado 23dez.2024];5(3):1-5. Available from: http://revista.escoladesaude.pr.gov.br/index.php/rspp/article/view/663
Seção
Artigos originais