Conhecimento popular e automedicação com plantas medicinais em gestantes de um município do Nordeste brasileiro

Palavras-chave: Automedicação, Gestantes, Plantas medicinais, Educação em Saúde

Resumo

O objetivo do presente estudo foi avaliar o conhecimento popular e automedicação com plantas medicinais em gestantes do município de Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil. Trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem quali-quantitativa. As informações foram coletadas por meio de um questionário semiestruturado e um grupo focal de gestantes. Em relação ao conhecimento e uso de plantas de medicinais, afirma-se que as gestantes utilizam plantas medicinais. Na análise dos riscos, todas plantas relatadas apresentavam toxicidade fetal, com exceção da cebola branca. Nota-se que as gestantes utilizam plantas medicinais por influência da cultura familiar. As gestantes acreditam que as plantas medicinais ingeridas na gestação não causam efeitos nocivos por serem de origem natural, o que contribui para a automedicação. Destaca-se a importância do diálogo entre o saber popular e o conhecimento científico na construção de uma educação terapêutica que previna problemas relacionados ao uso de produtos terapêuticos na gestação.

Biografia do Autor

Rejane Cristina Fiorelli Mendonça, MSc, Centro Universitário Dr. Leão Sampaio

Possui graduação em Fisioterapia pela Universidade de Marília (1998) e pós-graduação Latu Sensu em Fisioterapia Dermato funcional(CE) e Metodologia do Ensino Superior (RO). Mestranda em Ensino em Saúde pelo Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (UNILEÃO-CE). Professora orientadora da Liga Acadêmica de Fisioterapia Dermatofuncional (LADEF- UNILEÃO). Professora colaboradora do Programa de Educação Ambiental e Social (PEAS-Unielão) e orientadora do projeto de Sustentabilidade do curso de Fisioterapia (Terapia Elástica Sustentável- Unileão). Docente do curso de fisioterapia da Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (UNILEÃO) e Centro Universitário Vale do Salgado (UNIVS). Coordenadora dos programas de pós graduação do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Leão Sampaio (UNILEÃO).

Jaime Ribeiro Filho, PhD, Instituto Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz

Possui Graduação em Farmácia pela Universidade Federal da Paraiba (2008). Realizou Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos com área de concentração em Farmacologia (UFPB - 2011) e Doutorado em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular da Fundação Oswaldo Cruz, com área de concentração em Imunologia e Farmacologia (2013). É Pesquisador no Instituto Gonçalo Moniz (IGM) / Fundação Oswaldo Cruz. É docente e orientador nos Programas de Pós-Graduação em Patologia (UFBA/FIOCRUZ) e Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) e no Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica e Translacional (PPgPCT). É orientador colaborador no Programa de Pós-graduação em Ensino em Saúde (MePESa). Atua na investigação pré-clínica de novos candidatos a fármacos para o tratamento de doenças inflamatórias e infecciosas. Os projetos mais recentes abordam a fisiopatologia e farmacoterapia da anemia falciforme. Também desenvolve Pesquisa e Extensão em Etnofarmacologia e Educação terapêutica. É divulgador científico (criador do podcast "que droga é essa") e membro da Sociedade Brasileira de Imunologia. 

Francois Isnaldo Dias Caldeira, MSc, Universidade Estadual Paulista

Cirurgião-dentista formado pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Atua como assistente de pesquisas nas áreas de Periodontia; Saúde Pública e Biologia Molecular/Celular. Suas linhas de pesquisas se concentram na área de qualidade de vida, demarcação étnico territorial e sociodemográfica, e-health, contaminação de dispositivos, genética/ imunologia avançada e revisões em literatura. Participou de diversas linhas de pesquisas e obteve financiamento das principais agências de fomento do país e do estado de Minas Gerais: MEC; FAPEMIG; FINEP e CNPQ. Foi membro bolsista do grupo PET-Odontologia da UNIFAL-MG. Possui formação técnica em Segurança do Trabalho e com experiência profissional na promoção da saúde e a prevenção de acidentes do trabalhador. Tem interesse de trabalhar com Medicina Periodontal, Engenharia genética, Bioinformática, Ferramentas Ômicas, E-health e Revisões de literatura.

Kellen Cristina Silva Gasque, PhD, Fundação Oswaldo Cruz

Professora e Pesquisadora na Fiocruz Brasília, trabalhando na Secretaria Executiva da UNA-SUS. Coordenadora do Polo da Fiocruz-DF do Mestrado profissionalizante em rede oferecido na modalidade híbrida em Saúde da Família (PROF SAÚDE). Previamente, Professora Visitante do Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL). Atuou coordenadora de Odontologia (na Universidade di Sagrado Coração) e Professora Universitária, prioritariamente nos cursos de Saúde, ministrando disciplinas da área de Saúde Coletiva, Cariologia e disciplinas básicas (Metodologia,TCC, Bioquímica). Experiência no uso de Metodologias Ativas. Atuação como Coordenadora do Escritório Internacional, Responsabilidade Social e Extensão da Uninorte -Laureate International Universities, quando participou do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE). Experiência internacional como Posdoutora associada no Sanford Burnham Medical Research Institute, San Diego, California, EUA (bolsista Ciências Sem Fronteiras e recebia auxílio suplementar de grant de pesquisa da NIH e AM-PHARMA). Formação Acadêmica pela Universidade de São Paulo - Faculdade de Odontologia de Bauru). Interesses: Educação em Saúde; uso de Tecnologias WEB na Educação Permanente em Saúde; Políticas Públicas em Saúde; Ead.

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Publicado
2022-09-22
Como Citar
1.
Mendonça RCF, Ribeiro Filho J, Caldeira FID, Gasque KCS. Conhecimento popular e automedicação com plantas medicinais em gestantes de um município do Nordeste brasileiro. Revista de Saúde Pública do Paraná [Internet]. 22set.2022 [citado 24abr.2024];5(3):1-3. Available from: http://revista.escoladesaude.pr.gov.br/index.php/rspp/article/view/685
Seção
Artigos originais