Violência laboral contra professores da rede pública de nível fundamental e médio

Palavras-chave: Violência no trabalho, Saúde, Docentes, Estudantes

Resumo

O presente estudo teve por objetivo identificar a prevalência da violência laboral perpetrada contra professores da rede pública de nível fundamental e médio. Trata-se de um estudo transversal com dados coletados entre julho de 2018 e fevereiro de 2019, com 200 professores de 18 escolas públicas urbanas, de um município do interior do estado do Paraná, Brasil. Análises descritivas e inferenciais foram realizadas e razões de prevalência (RP) calculadas. A prevalência de atos violentos físicos e verbais foi de 3% e 28%, respectivamente, sendo cometidos principalmente por alunos do sexo masculino. A violência verbal foi mais frequente contra professores do sexo masculino (p=0,021; RP=1,12) e com mais de 40 anos (p=0,034; RP=1,10), ocorreu mais de três vezes no último ano, dentro da instituição e configurou-se em experiências que geraram perda da satisfação com o trabalho, permeadas por sentimento de injustiça e impotência. Pode-se concluir que os professores sofreram violência laboral de natureza física e verbal nos ambientes educacionais.

Biografia do Autor

Beatriz Maria Santos Santiago Ribeiro, Universidade de São Paulo

Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo.

Júlia Trevisan Martins, Universidade Estadual de Londrina

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná.

Alessandro Rolim Scholze, Universidade Estadual do Norte do Paraná

Enfermeiro. Doutor em Enfermagem. Universidade Estadual do Norte do Paraná, Bandeirantes, Paraná.

Maria José Quina Galdino, Universidade Estadual do Norte do Paraná

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Universidade Estadual do Norte do Paraná, Bandeirantes, Paraná.

Aline Aparecida Oliveira Moreira, Universidade Estadual de Londrina

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná.

Marcos Hirata Soares, Universidade Estadual de Londrina

Enfermeiro. Doutor em Enfermagem. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná.

Maynara Fernanda Carvalho Barreto, Universidade Estadual do Norte do Paraná

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Universidade Estadual do Norte do Paraná, Bandeirantes, Paraná.

Referências

1. Silva D, Tavares E, Silva E, Duarte J, Cabral L, Martins C. Vítimas e agressores: manifestações de bullying em alunos do 6º ao 9º ano de escolaridade. Rev. port. enferm. saúde mental [Internet]. 2017[citado 2022 Jan 23];5:57-62. doi: http://dx.doi.org/10.19131/rpesm.0168
2. Anderman EM, Eseplage DL, Reddy LA, McMahon SD, Martinez A, Lane KL. et al. Teachers’ reactions to experiences of violence: an attributional analysis. Soc Psychol Educ [Internet]. 2018[citado 2022 Jan 23];21:621–653. doi: https://doi.org/10.1007/s11218-018-9438-x
3. Nielsen MB, Einarsen SV. What we know, what we do not know, and what we should and could have known about workplace bullying: An overview of the literature and agenda for future research. Aggression and violent behavi [Internet]. 2018[citado 2022 Jan 23];42:71-83. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.avb.2018.06.007
4. Almeida NR, Bezerra Filho JG, Marques LA. Análise da produção científica sobre a violência no trabalho em serviços hospitalares. Rev Bras Med Trab. 2017[citado 2022 Jan 23];15(1):101-112. Disponível em: https://www.rbmt.org.br/details/218/pt-BR/analise-da-producao-cientifica-sobre-a-violencia-no-trabalho-em-servicos-hospitalares
5. International Labour Organization (ILO). Framework guidelines for addressing workplace violence in the health sector: the training manual. Geneva; 2005. Disponível em: https://www.ilo.org/safework/info/instr/WCMS_108542/lang--en/index.htm
6. Lima PVC, Rodrigues MTP, Mascarenhas MDM, Gomes KRO, Miranda CES, Frota KMG. Prevalência e fatores associados à violência contra professores em escolas do ensino médio em Teresina, Piauí, 2016: estudo transversal. Epidemiol. Serv. Saúde [Internet]. 2020[citado 2022 Jan 21];29:e2019159. doi: https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000100022
7. Oplatka I, Iglan D. The emotion of fear among schoolteachers: sources and coping strategies. Educ. Stud. [Internet]. 2020[citado 2022 Fev 12]46(1):92-105. doi: https://doi.org/10.1080/03055698.2018.1536876
8. Melanda FN, Santos HG, Salvagioni DA, Mesas AE, González AD, Andrade SM. Physical violence against schoolteachers: an analysis using structural equation models. Cad Saude Publica [Internet]. 2018;34(5):e00079017. doi: https://doi.org/10.1590/0102-311x00079017
9. Berlanda S, Fraizzoli M, Cordova F. Psychosocial risks and violence against teachers. Is it possible to promote well-being at work? Int J Environ Res Public Health [Internet]. 2019[citado 2021 nov 12];16(22):4439. doi: https://dx.doi.org/10.3390%2Fijerph16224439
10. Giordani JP, Seffner F, Dell'aglio DD. Violência escolar: percepções de alunos e professores de uma escola pública. Psicol. Esc. Educ. [Internet]. 2017[citado 2022 Jan 3];21(1):103-111. doi: https://doi.org/10.1590/2175-3539201702111092
11. Bordignon M, Monteiro MI. Validade aparente de um questionário para avaliação da violência no trabalho. Acta Paul Enferm [Internet]. 2015[citado 2021 Nov 12];28(6):601-608. doi: https://doi.org/10.1590/1982-0194201500098
12. Bannigan K, Watson R. Reliability and validity in a nutshell. J Clin Nurs. 2009;18(23):3237-43. doi: https://doi.org/10.1111/j.1365-2702.2009.02939.x
13. Pasquali L. Instrumentação psicológica. Fundamentos e práticas. Porto Alegre: Artmed; 2010.
14. Marcolino EC, Silva CRDV, Dias JA, Medeiros SPC, Cavalcanti AL, Clementino FS, et al Violência escolar entre adolescentes: prevalência e fatores associados a vítimas e agressores. REME rev. min. enferm [Internet]. 2019[citado 2022 Mar 21];23:e-1214. doi: https://doi.org/10.5935/1415-2762.20190062
15. Soares MB, Machado LB. Violência contra o professor nas representações sociais de docentes. Perspectiva [Internet]. 2014[citado 2022 Fev 18];32(1):333-354. doi: https://doi.org/10.5007/2175-795X.2014v32n1p333
16. Tavares PA, Pietrobom FC. Fatores associados à violência escolar: evidências para o Estado de São Paulo. Estud. Econ [Internet]. 2016[citado 2022 Fev 20];46(2):471-498. doi: https://doi.org/10.1590/0101-416146277ptf
17. Dias HG, Martins JT, Moreira AAO, Dalri RCMB, Okubo CVC, Ribeiro BMSS. Violência laboral: percepções de professores quanto às medidas de enfrentamento. Rev enfem UFPE on line [Internet]. 2020[citado 2021 Out 10];14: e244087. doi: https://dx.doi.org/10.5205/1981-8963.2020.244087
18. Gerberich SG, Nachreiner NM, Ryan AD. Case-control study of student-perpetrated physical violence against educators. Ann Epidemiol [Internet]. 2014[citado 2021 Dez 16];24(5):325-332. doi: https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2014.02.006
19. Cordova F, Berlanda S, Pedrazza M, Fraizzoli M. Violence at school and the well-being of teachers. The importance of positive relationships. Front Psychol [Internet]. 2019[citado 2021 Nov 10];10:1807. doi: https://dx.doi.org/10.3389%2Ffpsyg.2019.01807
20. Moon B, Mccluskey J. School-based victimization of teachers in Korea: focusing on individual and school characteristics. J. Interpers. Violence [Internet]. 2016[citado 2022 Abr 26];31(7):1340-1361. doi: https://doi.org/10.1177%2F0886260514564156
21. Lima AFTD, Coêlho VMS, Ceballos AGC. Violência na escola e transtornos mentais comuns em professores. Rev. port. enferm. saúde mental [Internet]. 2017[citado 2022 Abr 26];18:31-36. doi: https://doi.org/10.19131/rpesm.0189
22. Attell BK, Brown KK, Treiber LA. Workplace bullying, perceived job stressors, and psychological distress: Gender and race differences in the stress process. Soc Sci Res [Internet]. 2017[citado 2021 Dez 12];65:210-221. doi: https://doi.org/10.1016/j.ssresearch.2017.02.001
23. Trépanier SG, Fernet C, Austin S. A longitudinal investigation of workplace bullying, basic need satisfaction, and employee functioning. J Occup Health Psychol [Internet]. 2015[citado 2022 Jan 18];20(1):105-106. doi: https://doi.org/10.1037/a0037726
24. Facci MGD. O adoecimento do professor frente à violência na escola. Fractal, Rev. Psicol. [Internet]. 2019[citado 2021 Nov 15];31(2):130-142. doi: https://doi.org/10.22409/1984-0292/v31i2/5647
25. Stader DL. Zero tolerance: Safe schools or zero sense? J. Forensic Psychol. Pract. [Internet]. 2006[citado 2021 Nov 21];6(2):65-75. doi: https://doi.org/10.1300/J158v06n02_05
26. Kelly DR. Methods for reducing violence in schools: A systematic review. J Educ Psychol [Internet]. 2017[citado 2022 Jan 17];7(1):200-209. doi: https://doi.org/10.5539/jedp.v7n1p200
27. Silva FR, Assis SG. Prevenção da violência escolar: uma revisão da literatura. Educ. Pesqui [Internet]. 2018;44:e157305. doi: https://doi.org/10.1590/S1517-9702201703157305
Publicado
2022-09-22
Como Citar
1.
Ribeiro BMSS, Martins JT, Scholze AR, Galdino MJQ, Moreira AAO, Soares MH, Barreto MFC. Violência laboral contra professores da rede pública de nível fundamental e médio. Revista de Saúde Pública do Paraná [Internet]. 22set.2022 [citado 24abr.2024];5(3):1-7. Available from: http://revista.escoladesaude.pr.gov.br/index.php/rspp/article/view/705
Seção
Artigos originais