Indicação do tratamento da tuberculose latente: desafios identificados no sistema de notificação brasileiro, 2018-2022

Palavras-chave: Tuberculose, Tuberculose Latente, Sistemas de Informação em Saúde, Vigilância em Saúde Pública, Epidemiologia

Resumo

Objetivou-se analisar as indicações de tratamento para tuberculose latente no sistema de notificação brasileiro, de 2018 a 2022. Realizou-se um estudo descritivo, com dados secundários, referentes às indicações realizadas no sistema de notificação para tratamento da tuberculose latente no Brasil, de janeiro de 2018 a junho de 2022. Foram apuradas as frequências absoluta e relativa, apresentadas em mapas temáticos. Foram registradas 85.822 notificações, sendo “contatos de pessoas com tuberculose” a indicação mais frequente (57,2%). Como quarta indicação mais comum, observou-se o campo “outra” (7,7%), reservado para eventuais exceções do protocolo. Dentre essas, evidenciou-se que 91,1% correspondiam a erros de notificação, 4,5% foram indicações não contempladas no protocolo e 4,4% se tratavam de erros de indicação. Conclui-se que se tem empregado a indicação do tratamento da tuberculose latente em grupos prioritários; entretanto, foram evidenciados aspectos não preconizados, além de um possível desconhecimento sobre a utilização do sistema de informação.

Biografia do Autor

Gabriel Pavinati, Universidade Estadual de Maringá

Enfermeiro. Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná.

Lucas Vinícius Lima, Universidade Estadual de Maringá

Enfermeiro. Mestrando em Enfermagem. Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná.

Rodrigo Macedo Couto, Ministério da Saúde

Médico Veterinário. Doutor em Saúde Pública. Ministério da Saúde, Brasília, Distrito Federal.

Layana Costa Alves, Ministério da Saúde

Bióloga. Doutoranda em Saúde Coletiva. Ministério da Saúde, Brasília, Distrito Federal

Farley Liliana Romero Vega, Organização Mundial da Saúde

Médica. Doutora em Infectologia e Medicina Tropical. Organização Pan-Americana da Saúde, Organização Mundial da Saúde, Brasília, Distrito Federal

Daiane Alves Silva, Ministério da Saúde

Enfermeira. Doutoranda em Ciências da Saúde. Ministério da Saúde, Brasília, Distrito Federal

Daniele Gomes Dell Orti, Ministério da Saúde

Enfermeira. Especialista em Vigilância e Controle da Tuberculose. Ministério da Saúde, Brasília, Distrito Federal

Denise Arakaki, Ministério da Saúde

Médica. Mestra em Avaliação em Saúde. Ministério da Saúde, Brasília, Distrito Federal

Kleydson Bonfim Andrade Alves, Organização Mundial da Saúde

Enfermeiro. Doutor em Saúde Pública. Organização Pan-Americana da Saúde, Organização Mundial da Saúde, Brasília, Distrito Federal

Patrícia Bartholomay Oliveira, Ministério da Saúde

Odontóloga. Doutora em Medicina Tropical. Ministério da Saúde, Brasília, Distrito Federal

Fernanda Dockhorn Costa, Ministério da Saúde

Médica. Especialista em Clínica Médica. Ministério da Saúde, Brasília, Distrito Federal

Gabriela Tavares Magnabosco, Universidade Estadual de Maringá

Enfermeira. Doutora em Ciências. Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná

Referências

1. World Health Organization (WHO). Global tuberculosis report 2021 [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2021 [citado 2022 junho 09]. Disponível em: https://www.who.int/tb/publications/global_report/en/.


2. Cohen A, Mathiasen VD, Schön T, Wejse C. The global prevalence of latent tuberculosis: a systematic review and meta-analysis. Eur Respir J. 2019;54(3):1900655. DOI: https://doi.org/10.1183/13993003.00655-2019.


3. World Health Organization (WHO). Global tuberculosis report 2020 [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2020 [citado 2022 junho 09]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/336069/9789240013131-eng.pdf.


4. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim epidemiológico de tuberculose – 2022. Brasília: Ministério da Saúde; 2022 [citado 2022 maio 17]. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2022/boletim-epidemiologico-de-tuberculose-2022.


5. Zellweger JP, Sotgiu G, Corradi M, Durando P. The diagnosis of latent tuberculosis infection (LTBI): currently available tests, future developments, and perspectives to eliminate tuberculosis (TB). Med Lav. 2020;111(3):170-83. DOI: https://doi.org/10.23749%2Fmdl.v111i3.9983.


6. Chaw L,Chien LC, Wong J, Takahashi K, Koh D, Lin RT. Global trends and gaps in research related to latent tuberculosis infection. BMC Public Health. 2020;20(1):1-10. DOI: https://doi.org/10.1186/s12889-020-8419-0.


7. World Health Organization (WHO). The end TB strategy [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2015 [citado 2022 junho 09]. Disponível em: http://www.who.int/tb/End_TB_brochure.pdf?ua=1.


8. United Nations. Take action for the sustainable development goals [Internet]. Estados Unidos: United Nations; 2015 [citado 2022 junho 09]. Disponível em: http://www.un.org/sustainabledevelopment/sustainable-development-goals/.


9. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Protocolo de vigilância da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis no Brasil [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2018 [citado 2022 junho 09]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_vigilancia_infeccao_latente_mycobacterium_tuberculosis_brasil.pdf.


10. Benson FG, Levin J, Rispel LC. Health care providers’ compliance with the notifiable diseases surveillance system in South Africa. PLoS One. 2018; 13(4):e0195194. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0195194.


11. Arreaza ALV, Moraes JC. Vigilância da saúde: fundamentos, interfaces e tendências. Ciênc. saúde coletiva. 2010;15(4). DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000400036.


12. Benchimol EI, Smeeth L, Guttmann A, Harron K, Moher D, Petersen I, et al. The REporting of studies Conducted using Observational Routinely-collected health Data (RECORD) Statement. PLoS Med. 2015;12(10):e1001885. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1001885.


13. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Painel de indicadores [Internet]. Brasília: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2022 [citado 2022 junho 08]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/indicadores.html.


14. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2019 [citado 2022 junho 08]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf.


15. Paton NI, Borand L, Benedicto J, Kyi MM, Mahmud AM, Norazmi MN, et al. Diagnosis and management of latent tuberculosis infection in Asia: review of current status and challenges. Int J Infect Dis. 2019;87:21-9. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijid.2019.07.004.


16. Trajman A, Wakoff-Pereira MF, Ramos-Silva J, Cordeiro-Santos M, Albuquerque MFM, Hill PC, et al. Knowledge, attitudes and practices on tuberculosis transmission and prevention among auxiliary healthcare professionals in three Brazilian high-burden cities: a cross-sectional survey. BMC Health Serv. Res. 2019;19(532). DOI: https://doi.org/10.1186/s12913-019-4231-x.


17. Andrade DFR, Nunes MRCM, Valadares CB, Leão HLBA, Bezerra Filho FM, Campelo V. Infecção latente por Mycobacterium tuberculosis entre estudantes de enfermagem de uma universidade pública. Rev. epidemiol. controle infecç. 2018;8(2):184-88. DOI: https://doi.org/10.17058/reci.v8i2.11302.


18. Meinerz G, Silva CK, Dorsdt DMB, Adames JB, Andrade JP, Ventura PE, et al. Triagem da tuberculose latente antes do transplante renal no Sul do Brasil. Braz. J. Nephrol. 2021;43(4):520-9. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2175-8239-JBN-2020-0189.


19. Chee CB, Reves R, Zhang Y, Belknap R. Latent tuberculosis infection: opportunities and challenges. Respirology. 2018;23(10):893-900. DOI: https://doi.org/10.1111/resp.13346.


20. Bartholomay P, Pinheiro RS, Johansen FDC, Oliveira SB, Rocha MS, Pelissari DM, et al. Lacunas na vigilância da tuberculose drogarresistente: relacionando sistemas de informação do Brasil. Cad. Saúde Pública. 2020;36(5). DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00082219.


21. Silva CMSC, Junges JR, Barbiani R, Schaefer R, Nora CRD. Processo de trabalho na vigilância em saúde no Brasil: uma scoping review. Cad. saúde colet. 2021;29(4). DOI: https://doi.org/10.1590/1414-462X202129040274.


22. Siqueira TC, Martellet MG, Tavernard GLN, Silva VM, Moura STS, Silva LAF, et al. Percepção de enfermeiros: enfoque na família e orientação para a comunidade nas ações de tuberculose. Cienc Cuid Saude. 2020;19(e50175). DOI: https://doi.org/10.4025/ciencuidsaude.v19i0.50175.


23. Dotti JZ, Cruciol JM, Lima WHN. Perfil epidemiológico das notificações de tuberculose de pacientes com residência na 17ª Regional de Saúde do Paraná entre 2010 e 2017. Rev Saúde Pública Paraná. 2018;1(2):75-82. DOI: https://doi.org/10.32811/25954482-2018v1n2p75.


24. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim epidemiológico força de trabalho das coordenações estaduais e de capitais e o desenvolvimento das ações em tuberculose durante a pandemia de covid-19. Brasília: Ministério da Saúde; 2022 [citado 2022 outubro 04]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no33.

Publicado
2023-06-20
Como Citar
1.
Pavinati G, Lima LV, Couto RM, Alves LC, Vega FLR, Silva DA, Orti DGD, Arakaki D, Alves KBA, Oliveira PB, Costa FD, Magnabosco GT. Indicação do tratamento da tuberculose latente: desafios identificados no sistema de notificação brasileiro, 2018-2022. Revista de Saúde Pública do Paraná [Internet]. 20jun.2023 [citado 3maio2024];6(2):1-0. Available from: http://revista.escoladesaude.pr.gov.br/index.php/rspp/article/view/750
Seção
Artigos originais