Acompanhamento terapêutico na saúde mental: percepções de trabalhadores de um CAPS II

Palavras-chave: saude mental, cuidados de enfermagem

Resumo

A atual Rede de Atenção Psicossocial, principal política de atenção à Saúde Mental de nosso país, preconiza ações de reabilitação psicossocial pautadas na reinserção social das pessoas em sofrimento mental, destacando a importância das práticas territoriais e de articulação entre serviços de saúde, assistência social, cultura, lazer, entre outros. O acompanhamento terapêutico traduz-se como uma prática profissional que visa o desenvolvimento de ações territoriais fornecendo suporte próximo à pessoa em sofrimento psíquico, aumentando, assim, a possibilidade de efetividade das propostas terapêuticas no tocante à reinserção social. Buscou-se com este estudo analisar o entendimento de profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial da região metropolitana de Curitiba sobre a prática do acompanhamento terapêutico e sua inserção nas devidas rotinas de trabalho. A fim de atingirem-se os objetivos propostos, foi utilizada a metodologia de pesquisa qualitativa de cunho exploratório-descritiva. Evidenciou-se com este estudo que há fragilidade conceitual e de aplicabilidade prática do acompanhamento terapêutico, com destaque à necessidade de multiplicarem-se as ações de Educação Permanente em Saúde, possibilitando momentos de trocas entre os membros das equipes de saúde e formações que deem suporte para transformações nas práticas profissionais. Assim, considera-se de suma relevância a realização de mais pesquisas e divulgações científicas que abordem a temática supracitada.

Referências

AMARANTE, P.; TORRE, E. H. G. Loucura e diversidade cultural: inovação e ruptura nas experiências de arte e cultura da Reforma Psiquiátrica e do campo da Saúde Mental no Brasil. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 21, p. 763-774, 2017.
AMARANTE, P.; TORRE, E. H. G. “De volta à cidade, sr. cidadão!” – reforma psiquiátrica e participação social: do isolamento institucional ao movimento antimanicomial. Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro, v. 52, n. 6, p. 1090-1107, Dez. 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-76122018000601090&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 15 fev. 2020.
BRASIL. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial da União, Brasília, 6 de abril de 2001.
______. Ministério da Saúde. Portaria GM nº. 336, de 19 de fevereiro de 2002. Estabelece que os Centros de Atenção Psicossocial poderão constituir-se nas modalidades CAPS I, CAPS II e CAPS III e dá outras providências. Brasília, DF, 19 fev. 2002.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. Gestão participativa e cogestão / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
______. Ministério da Saúde. Portaria nº. 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 2011.
______. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação n° 3, de 03 de outubro de 2017. Consolidação das normas sobre as redes do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 out. 2017. Seção 1. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/MatrizesConsolidacao/Matriz-3-Redes.html>. Acesso em: 15 fev. 2020.
CADASTRO NACIONAL DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE (site). Disponível em: . Acesso em: 07 jul. 2019.
CARDOSO, M. L. M; et al. A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde nas Escolas de Saúde Pública: reflexões a partir da prática. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2017, v. 22, n. 5, pp. 1489-1500. Disponível em: . Acesso em 14/12/2020.
CUNHA, A.C.; PIO, D.A.M.; RACCIONI, T.M. Acompanhamento terapêutico: concepções e possibilidades em serviços de saúde mental. Psicol. Ciênc. Prof. 2017;37(3): 638-51.
FERREIRA, J. T.; SILVA, L. J. Redes(cobertas) de um certo acompanhamento terapêutico. In: Belloc, M. M. et al. (Orgs.). Além dos muros: acompanhamento terapêutico como política pública de saúde mental e direitos humanos. Porto Alegre: Rede UNIDA, 2017. pp. 95-104, 2017.
FERRO, L. F. Mariotti, M. C., Holanda, A. F., & Nimtz, M. A. Acompanhamento terapêutico em saúde mental: estrutura, possibilidades e desafios para a prática no SUS. Revista da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies, v. 24, n. 1, p. 66-74, 2018.
GRUSKA, V.; DIMENSTEIN, M. Reabilitação psicossocial e acompanhamento terapêutico: equacionando a reinserção em saúde mental. Psicol Clin. Rio de Janeiro, 2015 jan/jul, 27(1): 101-22.
INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (IPARDES). Caderno estatístico do município de Pinhais, 2019. Disponível em: . Acesso em: 02 mai. 2019.
IBGE. Cidades. Disponível em: . Acesso em: 07 jul. 2019.
LIMA, E. M. F. A.; YASUI, S. Territórios e sentidos: espaço, cultura, subjetividade e cuidado na atenção psicossocial. Saúde em debate, v. 38, p. 593-606, 2014.
MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 7. ed. São Paulo: Hucitec; 2000.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Centros de atenção psicossocial e unidades de acolhimento como lugares da Atenção Psicossocial nos territórios. Distrito Federal, 2015. Disponível em: . Acesso em 09 jul. 2019.
PINHAIS. Plano Municipal de Saúde de Pinhais (2018 – 2021). Disponível em: . Acesso em: 09 jul. 2019.
PITIÁ, A.C.A.; FUREGATO, A.R.F. O Acompanhamento Terapêutico (AT): dispositivo de atenção psicossocial em saúde mental. Interface - Comunicação, Saude, Educação, v.13, n.30, p.67-77, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/icse/v13n30/v13n30a07.pdf. Acesso em: 17 fev. 2020.
PNUD – Programa Das Nações Unidas Para o Desenvolvimento. Instituto De Pesquisa Econômica E Aplicada; Fundação João Pinheiro. Atlas de desenvolvimento humano do Brasil de 2013, 2013. Disponível em: http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/pinhais_pr. Acesso em: 02 mai. 2019.
ROCHA, M. L.; AGUIAR, K. F. Pesquisa-intervenção e a produção de novas análises. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 23, n. 4, p. 64-73, Dec. 2003 . Disponível em: . Acesso em 17 fev. 2020.
SERENO, D. Construindo modos de trabalhar em Saúde Mental. In: Belloc, M. M. et al. (Orgs.). Além dos muros: acompanhamento terapêutico como política pública de saúde mental e direitos humanos. Porto Alegre: Rede UNIDA, 2017. p. 199-208, 2017.
SILVA, A. A. Prática clínica baseada em evidências na área da saúde. São Paulo: Editora Santos; 2009.
STENERT, F.; PALOMBINI, A. L.; SIMONI, A. C. R. A cidade como potência, errância e abrigo: relatos e traçados do acompanhemento terapêutico. In: Belloc, M. M. et al. (Orgs.). Além dos muros: acompanhamento terapêutico como política pública de saúde mental e direitos humanos. Porto Alegre: Rede UNIDA, 2017. p. 155-181, 2017.
YASUI, S.; BARZAGHI, N. História, memória e luta: A construção da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Convención Internacional Cuba Salud 2018, 2018.
Publicado
2024-12-03
Como Citar
1.
Burnagui JG, Castro D de. Acompanhamento terapêutico na saúde mental: percepções de trabalhadores de um CAPS II. Revista de Saúde Pública do Paraná [Internet]. 3dez.2024 [citado 21dez.2024];4(Supl. 1):1-3. Available from: http://revista.escoladesaude.pr.gov.br/index.php/rspp/article/view/98